quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Que o sonho se cumpra

Feliz Natal para todos.

Fiquem com estas palavras simples e música simples...

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Dia Internacional da Pessoa com Deficiência

Boa noite, meninos, Sejam bem-vindos.
Hoje vou regressar a um tema que nos tem acompanhado ao longo do tempo que temos estado juntos: a diferença e o respeito. Hoje porque se comemopra o "Dia Internacional da Pessoa com deficiência". Para que não esqueçamos que apenas somos o que somos justamente porque nos fazemos com o outro que é nosso diferente e, nessa diferença, construimos a nossa humanidade, o nossso modo de ser homem.
-
A necessidade de um “Dia Internacional” dedicado à pessoa com deficiência impele-nos a um questionamento sobre o sentido do humano a que nos é difícil, ou mesmo, impossível escapar.

O que fizemos da humanidade alimentada em tantas tradições morais, éticas, religiosas, filosóficas e mesmo científicas que nos foram apontando o outro como merecedor de toda a dignidade e atenção, justamente porque sendo outro para mim, eu sou outro para ele e, por isso mesmo, somos idênticos na diferença?

O que fizemos dos prementes apelos dos sábios que atravessaram o tempo e nos acalentaram o destino com as vozes vociferantes contra a exclusão?

O que fizemos dos sonhadores que nos alimentaram o presente com a utopia fundadora de reinos de uma só lei: “Faz aos outros o que queres que te façam a ti”?

O que fizemos dos homens que nos habitaram os dias com seus ideais fundadores da humanidade em que nos quisemos inventar entre o respeito e a liberdade?

Sucumbimos aos fantasmas que nos invadiram as noites e nos comeram a coragem com que aniquilámos a diferença que nos perturbava o espelho?

Desertámos das ruas que transbordavam de ideias e crenças em que se fundavam novos mundos de muitas cores e vazios de fronteiras?

Hipotecámos a terra em troca de um centro narcísico, construído à imagem de um poder narcísico autofágico?

A criação de um “Dia Internacional” não pode deixar de nos inquietar.


Aqui, no Nós, fazemos a apologia da diferença como condição ética do nosso modo humano de ser e o respeito, a solidariedade, a tolerância e a liberdade como esteios fundantes da nossa humanidade.

Como exemplos da diferença com que nos fazemos aqui ficam quatro exemplos (a acrescentar ao dedicado a Bento Amaral) de homens e mulheres que nos fazem acreditar na beleza, na arte, no amor. Na vida que se faz na diferença. No homem que se faz no respeito.
1. Porque os bailarinos são deficientes motores;
2. Porque Beethoven quando escreveu a 9ª sinfonia estava surdo;
3. Porque o inventor tem paralisia cerebral;
4. Porque Ray Charles e Stevie Wonder são cegos.

1.



2.





3.

Um deficiente com paralisia cerebral, doutorado em electrónica e computação, criou um software especial que permite que um deficiente que tenha dificuldade em se comunicar se possa fazer entender.

Lançado, esta quinta-feira, no Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, o Easy Voice – Atendimento Sem Barreiras vai ficar instalado no serviço de passaportes do Governo Civil de Faro e permitirá a síntese da voz para este tipo de deficientes.
Fonte

4.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Temas e datas dos trabalhos

Boa noite, meninos. Sejam bem-vindos!
Dando seguimento ao tipo de trabalhos que fizemos no ano lectivo anterior passo a indicar os temas e as datas previsíveis para a apresentação dos trabalhos de grupo.

De notar que o trabalho em grupo é muito importante porque
1. permite entreajuda,
2. troca e debate de ideias e de conhecimentos,
3. promoção da capacidade de ouvir os argumentos de cada elemento do grupo,
4. a construção de consensos,
5. a partilha do êxito e/ou do insucesso.

É, além disso, um excelente exercício de cidadania e convivência com a diferença. Já o sabemos: somos diferentes e é um dever ético respeitarmos a diferença na sua diferença. Só assim nos fazemos humanos e atingimos a nossa maturidade humana. Há, contudo, limites orgânicos para o bom funcionamento grupal: não podem muito grandes nem muito pequenos.
Neste sentido, os grupos serão constituídos por três ou quatro elementos. Nem mais, nem menos.

Espero que escolham o tema que mais lhes interessar na época que mais lhes interessar. Em caso de escolha do mesmo tema por mais do que um grupo, chegaremos a um consenso através da análise das razões de cada grupo.

Os temas e respectivas datas de apresentação vão a cores.

Boas escolhas. Bom trabalho. Boa apresentação.

Nota 1: Convém recordar que cada tema apresentado corresponde a uma aula.
Nota 2: Para ver o quadro todo clicar na imagem aqui apresentada.


Encontro com... Bento Amaral

Hoje, antes dos temas e datas dos trabalhos que lhes apresentarei a seguir, deixo-lhes um pequeno texto que publiquei no blogue "Nós" (jad-nos.blogspot.com) e enviei para Bento Amaral. Para que esse encontro se alongue pelos dias em que a coragem ameaça abandonar-nos e a vontade de estudar, trabalhar e amar ameaça escapar-nos.

O que a vida nos reserva escapa ao nosso entendimento. Não somos deuses, somos homens e, como homens, percorremos os caminhos que somos capazes de descobrir ou inventar. De uma forma ou de outra, escapa-nos o futuro, que desconhecemos mas imaginamos. Como tal, resta-nos viver o presente em tudo o que faz dele o tempo que nos é dado viver. Apenas o presente nos é possível viver. Apenas no presente nos é possível a felicidade. Não viver o que a vida nos possibilita no presente que temos à nossa disposição é um desperdício, é escolher o inacessível de um futuro que poderá nunca acontecer, é trocar o possível pelo desejável, trocar a vida que construímos em cada momento em que nela nos envolvemos, alimentados pelos valores que nos fazem gostar de nós e dos outros, ou melhor, que nos fazem gostar de nós porque nos sentimos bem gostando dos outros, pelo desejo de um sonho que nos encanta e nesse encantamento poderá ofuscar-nos, paralisar-nos e devorar-nos como uma serpente.


Por isso, disse Bento Amaral na minha escola, “deve viver-se o presente em toda a sua plenitude” e “ser feliz agora” “sem esperar pelo amanhã. Por isso também, “preferia voltar a passar pelo que passei”, apesar de ter sido tão doloroso e traumático, simplesmente porque “me tornei melhor pessoa” e “percebi melhor as outras pessoas e o que significa ser feliz”, acrescentando que, antes do acidente, vivia confiado na sua auto-suficiência, contando apenas consigo mesmo. Com o acidente descobriu a sua fragilidade e os outros. Descobriu, enfim, a impossibilidade de ser feliz sozinho.

É espantosa a força, a coragem, a simpatia, o bem-estar que irradia Bento Amaral. E era exactamente essa vontade contagiante de viver que interessava acentuar no encontro com os alunos do ensino secundário, marcados pelo vazio dos modelos telenovelescos. O que nas mensagens hedonistas das telenovelas adolescentes é conseguido sem esforço, numa perversa apologia do ócio e do prazer, é em Bento Amaral promovido como resultado de trabalho, de esforço, de dedicação, de carinho, de envolvimento pessoal na construção da própria vida. Era também isso que importava acentuar a adolescentes em construção.

Não se pode ficar indiferente a tamanho sorriso sentado numa cadeira de rodas, dependente em quase tudo de terceiros. Não no amor. Bento ama e é amado. E esse amor vê-se no brilho do olhar que lhe habita o sorriso no rosto luminoso como apenas os rostos felizes o podem ser. E isso é imperdível, insuspeito, iniludível. E também isso nos importa. Sobretudo quando nos ocupamos com minudências, com insignificâncias que nos gastam os dias e nos afastam de nós e dos outros. E nessas minudências nos vamos esvaziando até nada termos para dar. E quando nada tivermos para dar o que poderemos receber? E quem no-lo dará?

Apenas poderá dar quem não se tiver esvaziado da sua humanidade, da disponibilidade para fazer do outro a razão da sua própria humanidade, da disponibilidade para dar cada dia o que espera receber. Quem se mantiver além do desgaste quotidiano do egocentrismo solipsista no qual o mundo apenas se encontra justificado no eu narcísico que se mira a si mesmo e nesse mirar-se se consome.

Olhando Bento Amaral temos de estar optimistas: a vida é possível, o amor é possível. E a felicidade também. Possíveis, não dadas: é preciso construí-las e cuidá-las. Bem!

sábado, 7 de novembro de 2009

Pequenas e grandes coisas

Boa tarde, meninos. Sejam bem-vindos!

Hoje vou deixar-lhes uma história que deverá fazer-nos pensar sobre o que fazemos de nós e da vida que vamos construindo dia após dia.
Que esteios ou pilares usamos para suportar a nossa vida? Que valor atribuímos às pequenas e às grandes coisas da vida? O que queremos de nós? E dos outros, daqueles que são diferentes de mim, o que faço com eles?

Eis a história:

Um professor, em plena aula de Filosofia, sem dizer uma palavra, pegou num frasco grande de mayonaise, esvaziou-o e encheu-o com bolas de golf.

A seguir perguntou aos alunos:

-O frasco está cheio?

Os estudantes responderam que sim.

Então o professor pegou em caricas e meteu-as no frasco de mayonaise.

As caricas encheram os espaços entre as bolas de golf.

O professor voltou a perguntar aos alunos se o frasco estava cheio, e eles voltaram a dizer que sim.

Então...o professor pegou numa caixa com areia e esvaziou-a para dentro do frasco de mayonaise. Claro que a areia encheu todos os espaços vazios e uma vez mais o pofessor voltou a perguntar se o frasco estava cheio. Nesta ocasião os estudantes responderam em uníssono:

-"Sim !".

De seguida o professor acrescentou 2 taças de café ao frasco e claro que o café preencheu melhor os espaços vazios entre a areia. Os estudantes nesta ocasião começaram a rir-se...mas repararam que o professor estava sério e disse-lhes:

"QUERO QUE SE DÊEM CONTA DE QUE ESTE FRASCO REPRESENTA A VIDA:
As bolas de golf são as coisas Importantes: como a familia, a saúde, os amigos, tudo o que vos apaixona.

São coisas, que mesmo que percamos tudo o resto, as nossas vidas continuarão cheias.

As caricas são as outras coisas que importam como: o trabalho, a casa, a escola...

A areia é tudo o mais: as pequenas coisas.

Se primeiro pusermos a areia no frasco, não haverá espaço para as caricas nem para as bolas de golf.

O mesmo acontece com a vida.

Se gastarmos todo o nosso tempo e energia nas coisas pequenas, nunca teremos lugar para as coisas realmente importantes.

Prestem atenção às coisas que são cruciais para a vossa Felicidade.

Ocupem-se primeiro das bolas de golf, das coisas que realmente importam.

Estabeleçam as vossas prioridades, o resto é só areia..."

Um dos estudantes levantou a mão e perguntou o que representava o café.

O professor sorriu e disse:

"...o café é só para vos demonstrar, que não importa o quanto a vossa vida possa estar ocupada!...

Haverá sempre espaço para um café com um amigo."



Nota: Esta história recebia há bastante tempo por email. Li-a também hoje no blogue Pérolas de cultura.

domingo, 1 de novembro de 2009

Construir um silogismo

Boa tarde, meninos.
Estão, certamente, ansiosos por conhecer os passos a dar para a construção dos silogismos. E têm razão para isso: quem estuda gosta sempre de saber o que anda a estudar e de saber a melhor maneira de resolver problemas e esclarecer dúvidas. Em Filosofia muito mais ainda.

Os passos são os seguintes (claro que não é a única sequência possível mas é uma muito interessante):

A. Como sabemos, não há silogismo (ou argumento, ou raciocínio) sem matéria e sem forma.
     Matéria: termos do silogismo (Maior, menor e médio)
     Forma: Modo e figura do silogismo (ver o manual).

B. Como se faz?
     Tomemos o seguinte exemplo:  Termo maior: vertebrados
                                                    Termo menor:  animais
                                                    Termo médio: mamíferos
                                                    Modo: AII
                                                    Figura: 1ª .

1. Começa a construir-se o silogismo pelo modo: A - Todos .... são ....
                                                                           I -  Alguns .... são ....
                                                                           I -  Alguns .... são ....

2. Coloca-se o termo médio em função da figura indicada (neste caso, 1ª figura: Sujeito na premissa maior e  predicado na menor:
                                             Todos os mamiferos são ...
                                             Alguns ....  são mamíferos

3. Coloca-se o termo maior no seu devido lugar: Na premissa maior e como predicado na conclusão.
                                             Todos os mamíferios são vertebrados  
                                             Alguns .... são mamíferos
                                             Alguns .... são vertebrados

4. Coloca-se o termo menor no lugar que lhe compete: está na premissa menor e é sujeito na conclusão
                                             Todos os mamíferos são vertebrados
                                             Alguns animais são mamíferos
                                             Alguns animais são vertebrados.

Está construído!
Válido? Não válido? Basta aplicar as regras referentes aos termos e referentes às proposições.
Basta estudá-las, sabê-las e aplicá-las.
E, já agora, levar para as aulas as dúvidas que resultarem do estudo.
Como sabemos, apenas essas são interessantes!
Bom estudo! Boas dúvidas!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Dicionário Escolar de Filosofia

O dicionário é um utensílio indispensável a quem estuda e aprende. Não nascemos ensinados. Somos imperfeitos, limitados e desconhecemos muito mais do que aquilo que sabemos. A possibilidade de ir superando a ignorância que nos acompanha sempre exige o reconhecimento que aquilo que sabemos é muito pouco comparado com o que outros já sabem e nós poderemos vir a saber. Este reconhecimento é a "douta ignorantia", a "douta ignorância", o reconhecimento que sabemos que não sabemos e, porque o reconhecemos, estamos disponíveis para procurar superar essa ignorância, estamos, pois, disponíveis para aprender mais e melhor. Cada vez mais e melhor.
O dicionário desempenha aqui um papel importantíssimo: é o nosso consultor quando precisamos de apoio e de ajuda. Por isso, devemos recorrer-lhe sempre que desconhecemos o significado de uma palavra (dicionário de uma língua; da portuguesa, por exemplo), de um termo, de um conceito, de uma ideia ou de uma teoria. Sem receio e sem complexos.
Neste sentido, passa a estar disponível no "Dúvidas e Questões" o Dicionário Escolar de Filosofia da editora Plátano.
Bom trabalho. Boas consultas