quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Dia Internacional da Pessoa com Deficiência

Boa noite, meninos, Sejam bem-vindos.
Hoje vou regressar a um tema que nos tem acompanhado ao longo do tempo que temos estado juntos: a diferença e o respeito. Hoje porque se comemopra o "Dia Internacional da Pessoa com deficiência". Para que não esqueçamos que apenas somos o que somos justamente porque nos fazemos com o outro que é nosso diferente e, nessa diferença, construimos a nossa humanidade, o nossso modo de ser homem.
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A necessidade de um “Dia Internacional” dedicado à pessoa com deficiência impele-nos a um questionamento sobre o sentido do humano a que nos é difícil, ou mesmo, impossível escapar.

O que fizemos da humanidade alimentada em tantas tradições morais, éticas, religiosas, filosóficas e mesmo científicas que nos foram apontando o outro como merecedor de toda a dignidade e atenção, justamente porque sendo outro para mim, eu sou outro para ele e, por isso mesmo, somos idênticos na diferença?

O que fizemos dos prementes apelos dos sábios que atravessaram o tempo e nos acalentaram o destino com as vozes vociferantes contra a exclusão?

O que fizemos dos sonhadores que nos alimentaram o presente com a utopia fundadora de reinos de uma só lei: “Faz aos outros o que queres que te façam a ti”?

O que fizemos dos homens que nos habitaram os dias com seus ideais fundadores da humanidade em que nos quisemos inventar entre o respeito e a liberdade?

Sucumbimos aos fantasmas que nos invadiram as noites e nos comeram a coragem com que aniquilámos a diferença que nos perturbava o espelho?

Desertámos das ruas que transbordavam de ideias e crenças em que se fundavam novos mundos de muitas cores e vazios de fronteiras?

Hipotecámos a terra em troca de um centro narcísico, construído à imagem de um poder narcísico autofágico?

A criação de um “Dia Internacional” não pode deixar de nos inquietar.


Aqui, no Nós, fazemos a apologia da diferença como condição ética do nosso modo humano de ser e o respeito, a solidariedade, a tolerância e a liberdade como esteios fundantes da nossa humanidade.

Como exemplos da diferença com que nos fazemos aqui ficam quatro exemplos (a acrescentar ao dedicado a Bento Amaral) de homens e mulheres que nos fazem acreditar na beleza, na arte, no amor. Na vida que se faz na diferença. No homem que se faz no respeito.
1. Porque os bailarinos são deficientes motores;
2. Porque Beethoven quando escreveu a 9ª sinfonia estava surdo;
3. Porque o inventor tem paralisia cerebral;
4. Porque Ray Charles e Stevie Wonder são cegos.

1.



2.





3.

Um deficiente com paralisia cerebral, doutorado em electrónica e computação, criou um software especial que permite que um deficiente que tenha dificuldade em se comunicar se possa fazer entender.

Lançado, esta quinta-feira, no Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, o Easy Voice – Atendimento Sem Barreiras vai ficar instalado no serviço de passaportes do Governo Civil de Faro e permitirá a síntese da voz para este tipo de deficientes.
Fonte

4.